Escritor e jornalista, Graciliano Ramos conquistou lugar na literatura brasileira como um dos mais importantes escritores do modernismo. Entre suas obras, incluem-se "Angústia", "Caetés", "São Bernardo", "Memórias do Cárcere" e "Vidas Secas". O último consiste no romance mais famoso, traduzida para vários idiomas, um sobre as lutas de uma família pobre do Nordeste brasileiro sob os efeitos de uma forte estiagem.
Graciliano Ramos nasceu em 27 de outubro de 1892 na pequena cidade de Quebrângulo, no estado de Alagoas, o primogênito de uma família de quinze filhos. Frequentou a escola secundária na cidade de Maceió até que o pai, Sebastião Ramos de Oliveira, montou comércio no município alagoano de Palmeira dos Índios, em que a família definitivamente se estabeleceria.
Começou a trabalhar como jornalista no jornal Correio de Maceió. Entre 1914 e 1915, mudou-se sozinho para o Rio de Janeiro, onde trabalhou em jornais. Uma epidemia de peste bubônica levou à morte de três irmãos, forçando-o a regressar à Palmeira dos Índios. Assumiu o comércio do pai, casou-se, e foi nomeado presidente da junta escolar da cidade em 1926.
Indicado por famílias locais, tornou-se prefeito da cidade durante 1928 e 1930. A partir dos relatórios da prefeitura municipal, escritos por Graciliano, recebeu o convite de um editor para elaborar uma obra literária, iniciando-se assim sua carreira de escritor.
Chamado pelo governo do estado para postos públicos, assumiu a direção da Imprensa Oficial em Maceió e os cargos de professor e diretor da Instrução Pública, responsável pela educação no estado, até 1930.
Publicou o primeiro livro, "Caetés", em 1933. Seguiu-se, um ano depois, "São Bernardo".
Em resposta ao levante comunista de 1935, a ditadura de Getúlio Vargas promoveu uma onda repressiva nos anos subsequentes. Talvez por sua atuação autônoma no serviço público, evitando submeter a administração às indicações políticas, a repressão atingiu Graciliano Ramos.
Sem qualquer envolvimento com o levante, sem um motivo, sem processo oficial ou interrogação, ele foi preso e transportado ao Rio de Janeiro, permanecendo no cárcere, onde completou 44 anos de idade, de 3 de março de 1936 a 13 de janeiro de 1937.
Enquanto estava preso, deu-se o lançamento de "Angústia", em 1936. Depois de solto, foi nomeado inspetor geral de ensino secundário do Rio de Janeiro, para onde se mudou. Ocuparia outros cargos públicos ligados ao mesmo governo responsável por sua prisão. Em 1938, publicou "Vidas Secas".
Aderiu ao Partido Comunista Brasileiro em 1945, do qual permaneceu membro até a morte. Após o fim da ditadura de Vargas, compôs "Memórias do Cárcere", publicado logo após sua morte por câncer de pulmão, em 1953.
Crítica Literária
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